Em regata desafiadora, Bruschetta é campeão do Troféu das Ilhas 2022

Em regata desafiadora, Bruschetta é campeão do Troféu das Ilhas 2022

A edição 2022 do Troféu das Ilhas foi, de fato, uma regata desafiante, daquelas que apenas os obstinados chegam ao fim.

E, com todos os méritos, coube à equipe Bruschetta, comandada por Evandro Csordas, ser a primeira a cruzar a linha de chegada, após mais de 11 horas de velejada às 23h02 ’54”.

Vale ressaltar que O Super Bakanna, de Alexandre Dangas, cruzou a linha em segundo, apenas 14 segundos depois, às 23h03’08”.

A ideia da organização do Troféu das Ilhas era realizar uma regata de longo percurso e dentre os quatro percursos possíveis, de acordo com as condições do vento na manhã deste sábado, o desafio foi lançado.

Uma regata de aproximadamente 35 milhas, saindo das proximidades da Ponta Grossa e contornando as ilhas do Mar Virado e Vitória, por bombordo.

A largada, pontualmente ao meio dia, aconteceu com um vento sul de aproximadamente 7 nós, que, para preocupação dos competidores, logo diminuiu bastante. Mas, ainda assim, rajadas aqui e ali, levaram os líderes para as proximidades da Ilha do Mar Virado em aproximadamente 1h45 de regata.

Já no rumo da Ilha Vitória a situação do vento foi se complicando. Soprando cada vez mais fraco, foi colocando à prova a determinação da flotilha. Muitos optaram por desistir da competição e, por volta das 21h restavam apenas 7 equipes na competição.
Finalmente, às 23h02’54” a recompensa chegou para a equipe Bruschetta, que com muita alegria comemorou o fato de terem sido os primeiros a concluir esta regata desafiadora.

“Foi uma regata muito disputada. Um dia longo, a tripulação trabalhando muito. Doze horas de regata em que tínhamos de estar sempre concentrados, até porque o Super Bakanna, estava velejando muito e a briga foi emocionante no final”, comenta Evandro Csordas, comandante do Bruschetta.

Para Alexandre Dangas, comandante do Super Bakanna, a regata deixou um gosto de fita azul, já que a equipe vinha na liderança até quase o final, quando tiveram um problema com a vela balão e perderam a posição:

“Chegamos a pensar até em desistir. Mas o vento entrou e conseguimos até velejar bem, mas a quebra do gurupés atrapalhou no final, pois tivemos que baixar balão, trocar velas, enfim… faltou pouco para a fita azul. Na próxima a gente volta à briga”.

“Nossa especialidade, digamos, são as regatas de percurso, o que mais gostamos de fazer. Quando surgiu a oportunidade desta regata longa, abraçamos logo de início, mesmo que tívessemos acabado de voltar da Recife-Fernando de Noronha, conta o comandante Felipe Dega, do veleiro Beleza Pura 2, terceiro colocado da Classe RGS-A.
Vencedor da RGS-B, o pequeno veleiro Lucnan, um Ranger 22 mostrou que tamanho não é obstáculo para uma tripulação determinada, como comenta o comandante Elezier Solidônio:

“A gente nunca sabe o que vem pela frente. Nosso barco é um dos menores da flotilha e completar uma prova como esta, para nós já é o maior troféu. Foi uma regata difícil, vento rondando, maré forte, mas a gente estava determinado. Foi uma satisfação enorme velejar em família, com o meu filho (Leonan) a bordo”, completa.

O diretor de vela do UIC Alex Calabria, comemora o desafio proposto:

“Temos em nosso calendário, as regatas festivas, como a Ele e Ela e a do Inverso, a competição longa que é o Ubatuba Sailing Festival e o Mini Circuito, para os veleiros menores, de até 26 pés, queríamos trazer esta proposta de uma grande regata de percurso, algo para completar o nosso calendário. Faltou vento, muitos desistiram, como nós, mas faz parte de nosso esporte. Creio que o importante é que todos gostaram da ideia, navegaram com segurança, e mostraram, os que terminaram e mesmo os que desistiram, o espírito de velejar,  de encarar o desafio e competir entre amigos”.