Poderia ser apenas mais um dia de regatas, o terceiro, da 15ª edição do Troféu das Ilhas. Mas não foi apenas isso.
Na regata de ontem, o vento forte e inesperado provocou avarias em alguns veleiros, e aquele que mais sofreu foi o Winner, o Ranger 22 de Nancy Marton, que teve o mastro quebrado logo após a largada. Sem nenhum tripulante machucado, o mais importante, o incidente representou apenas um grande susto, um prejuízo material e a frustração de não poder mais participar do evento.
Mas, como diz aquele dito popular “ninguém solta a mão de ninguém”, uma ideia meio improvável foi tomando corpo nas rodas de conversa pós regata. Arrumar o mastro do veleiro para a regata de hoje.
Com diz aquele outro dito popular “não sebendo que era impossível, foi lá e fez”. Neste caso, sabendo que a união faria ser possível, foram lá e fizeram.
Durante a madrugada um enorme grupo de velejadores se organizou para levar a termo a ideia, que só foi possível, primeiro, porque a turma do Lucnan, um outro Ranger 22 que teve seu mastro quebrado no ano passado, cedeu parte do mastro para que fosse feita uma “luva” na mastro do Winner.
Às sete a manhã deste domingo um mutirão de velejadores se juntou no píer do Ubatuba Iate Clube para dar início à operação. Corta daqui, lixa de lá, fura, rebita, parafusa, corre atrás de ferramentas, passa cabo, reposiciona o estaiamento, desentorta ferragem e, em pouco mais de cinco horas, o mastro recuperado do Winner estava novamente afixado ao casco.
Impossível nominar todos os que participaram, mas, ainda que correndo o risco de deixar alguém de lado, se juntaram à este mutirão solidário, a turma do Lucnan, os velejadores do Cisco Kid, do Super Bakanna, do Blu, Iguinho di Mamãe, Tutatis e outros colaboradores que fizeram o que parecia impossível ser possível.
Hora de regata!
Finda a correria em terra foi hora de partir para a última regata da série, a volta da Ilha das Cabras, disputada hoje sob uma condição de vento e mar bem mais favoráveis do que a da regata de ontem.
Na classe RGS o dia foi o Bruschetta, de Fabrizio Marini, vencedor da regata. A vitória de hoje, entretanto, não garantiu o primeiro lugar no campeonato, que ficou com o Bella Luna, de Zek Reis. Em terceiro no campeonato, o Mais Rabugento Cognac Sails, de Pedro Henrique Gonçalves.
Na divisão A da RGS, os três primeiros foram o Bella Luna, o Super Bakanna, de Alexandre Dangas e o Blu 1, de Marcelo Ragazzo.
O Bruschetta foi o vencedor da divisão B da RGS, seguido do Mais Rabugento e do Lucnan, de Elezier Solidônio.
Na RGS Cruiser, o campeonato coroou a solidariedade dos velejadores e perseverança do Winner que foi o primeiro colocado geral “Uma vitória que eu dedico a todos os velejadores de Ubatuba, que tornaram isso possóvel. A vitória não foi do Winner e sim de todos nós”, agradeceu a comandante Nancy Marton.
Em segundo e terceiro na RGS Cruiser, o Maria Preta, de Anderson Marcolin e o Kapalua, de Marcos Dertinati.
O Guará III, de Valdeci Gonçalves, foi o vencedor da Multicasco, que teve o Savage, de Wellington Dourado na segunda colocação.
Finalmente, na premiação especial para a classe Ranger, vitória do Lucnan, seguido do Winner, Cisco Kid, de Norival Faria e Radiance, de Maurício Linhares.
“O Troféu das Ilhas encerrou de forma emocionante um ano muito proveitoso para a vela do Ubatuba Iate Clube. Agradeço a todos os que passaram pela nossa raia em 2024, agraeço o apoio que a comodoria nos dá no incentivo à vela e também a toda a equipe do UIC que faz acontecer.
Desejo a todos um ótimo final de ano e lembro que já em fevereiro teremos nossas primeiras regatas de 2025 para as quais estão todos convidados”, finaliza o diretor de vela do UIC, Alex Calabria.